Pela janela da sala, quando me estico no sofá, vejo algumas árvores.
Duas palmeiras altas, um pinheiro e, no cantinho esquerdo, uma pequena cujo nome e espécie desconheço. Em meio ao cinza do concreto, da parede e por vezes do céu, elas sempre atraem minha atenção, sempre verdes e vivas.
As palmeiras, tronco comprido e folhas longas e finas, dançam suave, preguiçosa e graciosamente, em movimentos longos e lentos, balançam de um lado para o outro, no ritmo da música do vento.
O pinheiro, tronco robusto, folhas opacas e rígidas, dança acanhado, em movimentos curtos e discretos, interpreta a música a sua maneira, o que não faz com que sua dança deixe de ser bela.
Já a miúda, essa definitivamente não sabe dançar! Movimenta seus galhos finos de maneira nada harmoniosa, ora para cima, ora para os lados, nada bonito de se ver, sempre me pergunto se ela não gosta de música.
Mas não me importo, nem reparo naquilo que ela faz e nem sei se pode ser chamado de dança. Dela eu gosto mesmo é de olhar as flores, que por vezes se desprendem e são levadas pela brisa, pequenas e rosadas, salpicam aqui e ali os frágeis galhos da arvorezinha que não dança.
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