sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Questão de Percepção

Todo esse espesso clima natalino está recaindo sobre mim. Não entendo muito de natal e, como eu disse pra Lua ontem de manhã, "sempre o enxerguei como apenas um grande feriado, com proporções mundiais e muita movimentação. Muita compra, muita venda, um reboliço no comércio." Nunca parei para pensar a respeito do que a data realmente significa. Não sendo católico, ou cristão, não comemoro o nascimento de Jesus Cristo, e sendo mais ligado nas paradas místicas e pagãs, gosto de pensar que é verdade que o natal é mais um sabbat, ou até mesmo que é o nascimento não de Jesus e sim de Hórus.

Então, hoje fiquei com vontade de falar de Deus. Estranho né? Mas não se preocupe, não pretendo evangelizar ninguém, imagine só, eu? Propagando a fé entre os povos? Ah, corta essa. Não é sobre isso que o post se trata, definitivamente. Usarei o termo Deus como definição mais genérica, a fim de englobar a todos, independente dos diversos nomes que lhe são dados. Ao passou que eu mesmo não chamo a força maior de Deus, apenas uso as expressões "Ai meu deus" ou "Pelo amor de deus" de maneira, digamos, leviana. O que é, pelo que dizem, usar o santo nome em vão. Mas não me importo, não acredito em pecado, não tenho medo das palavras e menos ainda de usá-las. Nasci em uma casa católica, na infância fui obrigado a frequentar a igreja e a catequese, demorou para meus pais perceberem que me obrigar era totalmente inútil. O que é verdade para mim, é. O que não é, não perca seu tempo tentando me provar o contrário.

"""" Não posso deixar de dar um exemplo magnífico de como sou teimoso e como meus pais sofriam para me moldar. Quando criança, eu não comia vegetais. Nenhum tipo de verdura e dentre os legumes, apenas batata. Eles me colocavam de castigo, tiravam privilégios e diversas vezes colocavam o prato na minha frente dizendo que eu só iria deixar a mesa após ter comido tudo que tinha nele. O resultado disso era: 1) Eu passava a tarde toda na mesa, em frente ao prato e por muitas vezes acabei dormindo nele. Ou 2) Eu comia forçado e vomitava tudo, no ato. Isso perdurou por muito tempo, não era nada bonito de se ver, até que um dia eles desistiram. E então, aos 16 anos, me tornei vegetariano (amo os animais, não consigo conviver com a culpa de ser responsável pela morte deles), para alegria dos meus pais? Não! Passei a comer vegetais e deixei de comer carne, ou seja, refeições VIP. Virei a casa de pernas para o ar, demorou para que eles se acostumassem à ideia, só agora, após 3 anos, tudo está numa harmonia, numa sincronia incrível. Um tanto irônico. """"

Continuo não acreditando nas instituições religiosas, na bíblia, no pecado, no inferno e no diabo. Mas em um ser superior, em espíritos e em projeção astral, eu acredito. (Sou bastante contraditório as vezes ;D) 
Sobre Deus, gostaria de abordar as razões que levam as pessoas a acreditar ou não. Eu, particularmente acredito. E acredito também que, essas razões, vão além do simples só acredito no que eu vejo, além dos adeptos da teoria evolucionista. Eu por exemplo, acredito em Deus e na teoria evolucionista, mas isso é outra história. Convivo com ateus, os compreendo bem, acho que eles tem todos os motivos para não acreditar em Deus. Assim como, tenho nítidos, meus motivos para acreditar. O mundo nos mostra um quadro de abandono, que torna extremamente difícil acreditar que existe algo maior por traz de tudo isso, algo interferindo nos acontecimentos e nas vidas. Por isso, acreditar ou não, tem pra mim muito mais a ver com percepção, daí veio o seguinte tweet:

São dois os fatores determinantes para que uma pessoa acredite ou não na existência de Deus: Sua percepção de mundo e sua percepção da própria vida.

É muito mais fácil enxergar os desastres, a fome, as mazelas da existência na Terra. Eu mesmo tenho essa facilidade, sinto pela humanidade, asco, na maioria das vezes. Mas por outro lado, quando ponho à mesa a minha existência, a minha vida, o que tenho, a quem tenho, de onde vim, aonde posso chegar. E como por milhões de vezes, algo ruim que acontece poderia ter sido muito pior e como depois que a poeira baixa, encontramos o motivo pelo qual o mesmo aconteceu e o benefício que trouxe. E por outro lado também, em oposição às mazelas do mundo, acredito que há algo maior que nós, maior que nossa compreensão, que a ciência nunca explicará. Acredito piamente, quando vejo no meio dessa selva de pedra, uma plantinha que brota em meio às fissuras do concreto, um pássaro que pousa nos fios elétricos dos postes e ainda encontra motivo para cantar. Acredito piamente, quando ouço uma criança de rua dizer que gostaria de ser rica, para poder dar casa, comida e amor para todos que precisam.

*Esse fim de semana estarei ausente, vou prestar a segunda fase do vestibular. Espero voltar com boas notícias. Um bom fim de semana pra vocês!*

4 comentários:

Dan disse...

que bom que você tem a capacidade de perceber deus nestas pequenas (grandes)coisas.
É de gente assim que o mundo precisa.

abraço

obs: vc tem só 19 aninhos?

Lobo disse...

Quando eu parei de tomar refrigerante, foi mais ou menos igual. Muito menos radical, mas até eles acostumares e lembrarem que tinha que comprar algo de diferente para eu tomar, ou amigos em festas com o mesmo dilema, vish, demorou...

Mas eu acho que uma entidade maior exista, e concordo com você que razões para que não se acredite não falta. Mas o mais importante é que se respeite isso, o que muitos não fazem.

Curiosidade: por acaso o vestibular que vc vai fazer é UFF? XD

Um beijo!

William Garibaldi disse...

Que belo post!

Vc é um revolucionario meu querido!

Um dos seres que vieram implantar o Novo Mito no Planeta Terra!

Salve!

Passei também pra te desejar
Feliz Festas! Que haja uma Luz, Um Renascimento especial pra ti!

Que nossa amizade floresça cada vez mais em 2011!

Beijos

Anônimo disse...

Minha relação com Deus é muito conturbada. Ou melhor, complicada. Nem eu consigo entendê-la. Na verdade, acho que ainda não consegui ter certeza se Ele existe ou não. Mas, no geral, acredito e até temo. E agradeço pelo que consegui, pela saúde, pela família, essas coisas.

E sobre as mazelas que afligem o mundo, prefiro creditá-las ao livre arbítrio que nós, enquanto mundo, temos. Sou ora muito ácido e ora muito dócil na minha visão de mundo. Acho que é bom enxergar os dois lados da moeda.

Ah, boa sorte no vestibular =D

Pelo seus textos, tenho certeza que a redação não será um problema!

Xêrooo!