quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nulos e Indiferentes

Este vem com os cumprimentos de minha noite passada. Ela foi um tanto conturbada. Acordei algumas vezes, coisa que não costumo fazer, usualmente durmo como uma pedra. Nela tive uma torrente ininterrupta de sonhos, dos quais eu não me recordo de nenhum.


Não sei chamar sonhos de pesadelos desde o fim da minha infância, onde eles eram rotulados em dois grupos de maneira bem simples: bons e pesadelos. Apesar de hoje em dia nunca me ocorrerem sonhos exatamente bons. Não sei porque, mas meus sonhos nunca são legais, prazerosos ou engraçados, são sempre ruins, desconfortáveis e na melhor das hipóteses (não sei se dá pra chamar assim) nulos e indiferentes. Não é algo que eu questione, já estou acostumado.
Nunca havia parado pra pensar sobre o que realmente os sonhos são e para que servem. Até que um dia li em algum lugar que muitas vezes eles são proféticos, abertos a interpretações, e seu conteúdo pode ser resultado de projeções astrais.

Não fiquei muito convencido, mas guardei a informação para posteriormente analisar meus sonhos e ver se encontrava algum fundamento nas teorias que li. Eu, na maioria das vezes esqueço completamente o que sonhei na noite anterior, em outras a lembrança ainda perdura um pouco e nas mais raras o sonho é tão ruim e marcante que eu acabo por não esquece-lo. Assim passei a prestar atenção (quando conseguia lembrar) nos sonhos que tinha, no que continham e se havia algo subentendido entre eles. 
E após não encontrar absolutamente nada que se encaixasse com as teorias, elaborei minha própria, mesmo sem saber o que dizem os neurologistas e afins a respeito do assunto. Ela consiste no seguinte: o sonho é composto por informações armazenadas no cérebro, exibidas de forma alheia ao nexo na qual elas foram obtidas. Como um quebra-cabeça. Forçando-o, você consegue fazer com que as peças erradas se encaixem.

Após uma noite como a passada, essa minha teoria "ceticista" sobre os sonhos veio novamente à tona e implicou no seguinte tweet:

Acho muito ruim não me lembrar do que sonhei a noite. Apesar de pensar que sonhos são apenas informações num fluxo desordenado.

E após acordar, ainda com a péssima noite de sono espiralando na memória, foi o trecho de uma música que ouvi hoje durante o almoço que me levou a escrever esse post. Uma música que gosto muito, de uma banda que gosto mais ainda (minha favorita, pra ser mais exato), cujo trecho diz: "Dreams aren't what they used to be".

E com isso eu concordo fervorosamente, os sonhos não são mesmo o que costumavam ser. Certamente porque as informações armazenadas no meu cérebro mudaram bastante da infância pra cá. Pode-se chamar isso de "ordem natural das coisas", não?

6 comentários:

B. disse...

ou desordem.

acho deveras cansativo essa coisa de que TUDO acontece como tem que ser.
Fica sempre aquela interrogação de porque?, e se tem uma coisa que me deixa maluca são estas duvidas.
E quanto a sua conclusão do que são os sonhos, eu apoio e deixo uma pergunta:
- do que seriam feito os sonhos Fernando?
- digo, materialmente -

E comento por último:
- Ando sonhando até acordada.

O Warehouser disse...

Diz nossos sonhos por bens materiais, realizações ou física/biologicamente?

B. disse...

se agente pudesse pegar, sentir..
se tivéssemos que fazer alguém crer que aquele sonho é real, entende?

O Warehouser disse...

Se pudessemos pegar e sentir deixariam de ser sonhos, seriam então realidade.

B. disse...

Discordo.

Não teriam que ser reais, seriam parecidos com algo que gostamos e que é real.

Tipo:
- Meus sonhos são feitos de chocolate, as vezes amargo e por outras vezes doce..

- bom, o fato é que eu quase nunca consigo me explicar mesmo! -

O Warehouser disse...

Bom, eu não estava me referindo a eles assim, alegoricamente. Nunca parei pra pensar na aparência da palavra "sonho".